Naturalmente, não é tarefa nada fácil conduzir essa instituição. Como presidente, representar nossos inscritos é estar ao lado dos seus, ao lado de seus clientes quando for preciso, é falar por eles quando lhes calam a voz, quando lhes caçam a vez.

Afinal, o advogado é a voz e a vez daqueles que não as tem nas salas da Justiça. O cidadão não acessa, o cidadão não fala nos tribunais, senão por meio de nós. E qual a razão de ser da Justiça, senão a de servir a sociedade, senão a de pacificar os conflitos dos cidadãos?

Ouvir a advocacia é, portanto, mandamental e vídeo por whatsapp não é sustentação oral! É preciso dar um basta, é preciso coragem.

Representamos, por procuração, por assim dizer, sem qualquer exagero, ao menos 75.000 cidadãos, isso se considerarmos apenas 10 clientes por cada advogado inscrito. Em três anos de gestão, se considerarmos uma média de 100 clientes por cada inscrito, sobretudo ao incluir as grandes bancas da região, estaremos de algum modo conectados em potencial a 750.000 histórias humanas, seus conflitos, suas paixões, suas dores, esperanças, decepções, vida, morte, fins e recomeços.

É grande nossa responsabilidade e é preciso reafirmar nosso compromisso. Tenham certeza, meus colegas, de que essa diretoria tem absoluta consciência da importância a da grandiosidade desse dever.

Não concorremos e fomos eleitos por mais de 66% dos votos, porque queríamos fazer coro àquele batalhão que Raimundo Faoro denunciou em sua obra sobre a formação do patronato brasileiro.

Não nos interessa tomar parte como donos do Poder. Não nos interessa orbitar as faces do estamento burocrático.

Buscamos, sim, contribuir para formação de um Estado justo, de uma Justiça democrática, da inclusão dos inúmeros advogados que buscam em nossa Subseção o apoio para seus desafios diários.

Há profundo desrespeito às prerrogativas, há uma distância abissal que separa o jovem advogado do mercado de trabalho qualificado, há um grave desafio para inclusão da advocacia de hoje à advocacia do futuro tecnológico e suas inteligências artificias. Há, sim, um movimento de limitação da nossa classe.

O caminho que escolhemos é o do diálogo franco, na dialética entre as ideias antagônicas, sem o temor de desagradar os donos do Poder, para ficar na expressão de Faoro.

Perdemos a capacidade de lidar com nossas paixões pessoais no debate de ideias e na construção de estratégias assertivas para nossas ações.

É preciso corrigir esse rumo.

Em um de seus célebres sermões, Padre Antônio Vieira nos ilumina ao dizer que “Até entre os anjos pode haver variedade de opiniões, sem menoscabo de sua sabedoria, nem de sua santidade.”

Por que então entre nós, operadores da Justiça, seria diferente? Ao menos em relação à sabedoria das ideias alheias, é possível reconhecê-las, senão respeitá-las. Já no que toca à santidade, bem, estou para conhecer advogado santo, mas, se existir, estará ele em Pinheiros.

Sim, é preciso coragem, e isso temos de sobra em Pinheiros.

E temos de sobra porque temos essa Diretoria: vice-presidente Alessandra Calabresi, tesoureiro Guilherme Suguimori, secretário-geral Leonardo Palazzi e a secretaria-adjunta Laryana Silva, apoiados que somos pela nossa tropa de elite de diretores adjuntos, Tiago Afonso, Vanessa Ruffa, Fabiana Moura, Eduardo Levy, André Felix e Rafael Lira.

Assim renova-se a Ordem dos Advogados de Pinheiros.

Viva advocacia!

Viva a Ordem de Pinheiros!

Adriano Scalzaretto

Presidente da 93ª Subseção de Pinheiros da Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo